Inteligência Financeira:
O agronegócio brasileiro corresponde a quase 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Só com esse dado dá para perceber a importância que o setor tem para a economia brasileira. Desse modo, fica visível que investir no agronegócio pode ser rentável. Tanto que hoje a gente te mostra qual a diferença entre CRA e CDCA.
O que é CRA?
Começamos, então, explicando o que é o Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA). Esse investimento é um título de crédito emitido por companhias securitizadoras e lastreado em recebíveis do setor agropecuário.
“Em termos práticos, a securitizadora adquire os direitos creditórios das empresas do agronegócio e, com base nesses recebíveis, emite os CRAs para captar recursos no mercado. Ao investir em um CRA, o investidor está, indiretamente, financiando as operações dessas empresas e é remunerado com base nos fluxos de recebíveis. E isso conforme as condições acordadas no título”, explica Marlon Glaciano, planejador financeiro e especialista em finanças.
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Afinal, qual é a diferença entre CRA e CDCA?
Como você deve ter percebido, CRAs e CDCAs são instrumentos similares por serem títulos de dívida lastreados em direitos creditórios do agronegócio.
“Contudo, o CDCA é um título que só pode ser emitido por quem exerça a atividade de comercialização, beneficiamento ou industrialização de produtos, insumos, máquinas e implementos utilizados na atividade rural. Enquanto o CRA é emitido por empresas securitizadoras”, esclarece Erik Oioli, especialista em mercados de capitais e sócio-diretor do VBSO Advogados.
E mais, Marlon Glaciano conta que o CDCA pode envolver maior risco. “Uma vez que o investidor está exposto diretamente à empresa emissora, enquanto o CRA, por ser lastreado em uma carteira de recebíveis, tende a dispersar o risco, oferecendo uma maior diversificação para o investidor.
CRA e CDCA: média atual do retorno financeiro
Bem, agora que você já ficou por dentro sobre qual a diferença entre CRA e CDCA, para finalizarmos, é legal saber qual o rendimento atual dos dois investimentos ligados ao agronegócio.
Então, de acordo com Erik Oioli, os títulos em regra pagam CDI ou IPCA mais um spread ou então um percentual do CDI.
“Hoje vemos títulos no mercado pagando, por exemplo, entre 100% e 115% do CDI ou IPCA + 7% a 9%”, comenta.
Oioli fala ainda que, na verdade, é difícil estabelecer essa média e fazer uma comparação de taxas, pois os títulos são muito heterogêneos entre si.
“O investidor deve sempre estar atento para a estrutura da operação, os riscos associados, como o risco de crédito, de performance ou riscos setoriais, as garantias oferecidas e sua qualidade e também o prazo de vencimento do título. Quanto maior o risco e maior o prazo, em regra, maior é o prêmio pago ao investidor”, ensina.
Além disso, é importante você sempre comparar as taxas oferecidas com outras alternativas de maior ou menor risco existentes no mercado, como títulos públicos, que são títulos de baixo risco e que hoje pagam juros atrativos, diante de um cenário macroeconômico e fiscal do país mais complexo.
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