A Nova Agenda Agroambiental: VBSO Advogados debate segurança jurídica, financiamento e o protagonismo do Brasil no pós-COP 30
São Paulo, 2 de dezembro de 2025 – O VBSO Advogados realizou nesta segunda-feira (1º), em sua sede na Vila Olímpia, o encontro estratégico “A nova agenda Agroambiental: o papel do Brasil após a COP 30”. Reunindo grandes nomes do agronegócio, do setor financeiro e da academia, o evento marcou o posicionamento do escritório em tratar a conexão entre produção, regulação e sustentabilidade como um eixo estratégico central.
A abertura foi conduzida por Renato Buranello, sócio do VBSO, que destacou a “nova ordem” regulatória e de mercado, onde o agro deve caminhar indissociavelmente junto ao meio ambiente.
O painel principal, moderado pelo sócio Marcelo Winter, trouxe insights profundos sobre como o Brasil pode converter seu soft power ambiental em acordos comerciais e investimentos concretos.
Principais Destaques e Debates
1. O Legado da COP 30 e a “AgriZone” O painel reforçou que a COP em Belém consolidou a narrativa brasileira da agricultura como parte da solução climática. Eduardo Bastos (Instituto Equilíbrio/ABAG) contextualizou os aprendizados da conferência, destacando a inclusão do comércio na declaração final como uma vitória diplomática. Foi ressaltado o sucesso da Green Zone e AgriZone, que mobilizaram um público histórico e educaram atores internacionais sobre a realidade tropical.
2. Ciência Tropical e Métricas Harmonizadas
Guilherme Bastos (FGV Agro) e os demais painelistas abordaram um dos maiores gargalos atuais: a falta de dados econômicos e métricas harmonizadas que impedem a escala de práticas sustentáveis. Discutiu-se a importância de parcerias (como Embrapa e FGV) para a “tropicalização” das metodologias de MRV (Mensuração, Relato e Verificação), essenciais para que o mercado global aceite os créditos de carbono brasileiros.
3. Financiamento Climático e Mercado de Capitais Sob a ótica de João Adrien (Itaú BBA), o debate sobre financiamento verde evidenciou que, embora existam recursos (como o Fundo Florestas Tropicais – TFFF), o desafio reside na estruturação de “projetos bancáveis” e na governança. O evento destacou a necessidade de integrar os mercados voluntário e regulado de carbono, exigindo desenho infralegal robusto.
4. O Direito Agroambiental como Estratégia O evento marcou a apresentação de Leonardo Munhoz como nova liderança do segmento de Direito Agroambiental do VBSO. Munhoz atuará na ponte entre a academia e a prática jurídica para acelerar entregas que garantam segurança jurídica ao produtor. Entre as prioridades jurídicas levantadas, estão a regulamentação do Decreto do Mercado de Carbono, a validação do CAR para garantir rastreabilidade e a criação de modelos contratuais privados para Pagamento por Serviços Ambientais (PSA).
5. Produção e Preservação Foi defendida uma estratégia de substituir proibições por incentivos. O grupo analisou que o Brasil deve focar na intensificação produtiva em pastagens degradadas e na remuneração de excedentes de reserva legal para evitar o desmatamento legal, projetando uma expansão realista de grãos baseada em eficiência, não em abertura de novas áreas.